Um ziriguidum com muito brilho, alegria e esperança. Assim foi a 54ª edição do Concurso do Reinado da Corte de Momo do DF. Promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) em parceria com o Instituto Candango de Política Social, o evento lotou o Teatro Plínio Marcos, no Eixo Cultural Ibero-americano, na noite de sábado (1º).
“Estamos aqui para escolher o Rei Momo e a Corte para o Carnaval do ano que vem, mas já nos preparando para o desfile das escolas deste ano, que será um verdadeiro espetáculo”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, minutos antes do início da cerimônia. “É um investimento que a secretaria está fazendo para que as escolas possam voltar com toda a pompa e todo o brilho que elas merecem.”
Ao todo, 21 candidatos concorreram ao título de Rei e Rainha Momo do DF, além dos postos de princesa, Cidadão Samba e Rainha-Mirim. A novidade deste ano, de caráter inclusivo, foi a escolha da Diva Trans, categoria que contou com três concorrentes. Os seis vencedores vão desfilar na Passarela Marcelo Sena, que será montada no coração do Eixo Monumental, entre a Torre de TV e o Eixo Cultural Ibero-americano, nos dias 21 e 22 próximos.
A festa
“Obrigado, Secec, pela inclusão, democracia e humanidade. A festa de sambista é alegre e livre!”, saudou o mestre de cerimônia da noite, o carnavalesco Milton Cunha. Presente ao evento, a subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural, Sol Montes reforçou: “ É bonito ver aqui nesta noite pessoas representando a nossa ancestralidade por meio da cultura do samba, que no DF é bem popular, vem antes da fundação da capital”.
A elétrica bateria de Mestre Wagner, com 13 músicos, animou a plateia formada em sua maioria por familiares e representantes das 13 escolas que desfilarão nos dias 21 e 22 no Eixo Cultural Ibero-americano, durante as festividades do aniversário de Brasília.
Passista da Associação Recreativa Cultural do Cruzeiro (Aruc), Alexandre Rodrigues, no auge de seus 130 kg de malemolência, gingado e carisma, conquistou o júri e o público e venceu o concurso. “O samba é o meu tom, a minha libertação”, disse.
A coroa de Rainha da Corte do Momo ficou para Laíssa Nayline, representante da Capela Imperial de Taguatinga. Com muito samba no pé e batuque na mão, Cristiano Olímpio levou o título de Cidadão Samba. “Estou felicíssima!”, resumiu, emocionada, a escolhida para o posto de primeira Diva Trans da folia, Gal Maria.
A professora de dança e passista da Aruc Beatriz Alexia, por sua vez, foi eleita a Princesa do certame deste ano, que escolheu ainda Liah Andrade, de cinco anos, como a Rainha-Mirim da festa. “Estou me sentindo muito amada”, disse a pequena.
Tradição
Desde 2015, o Distrito Federal não elege o Reinado da Corte da folia local. Vice-presidente da União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo de Brasília (Uniesbe-DF), Adriano Gardini falou sobre a importância de manter viva essa tradição: “A brincadeira nasceu durante o Império Romano, quando o povo era proibido de brincar no baile da corte. A eleição da corte é o primeiro pontapé de um desfile de escola de samba”.
Este ano, 13 escolas de sambas vão desfilar. Serão seis agremiações do grupo especial e mais sete do grupo de acesso. Última campeã do desfile de 2014, a Acadêmicos da Asa Norte coleciona 12 títulos no currículo e está se preparando para o evento com muita euforia. “Somos apaixonados pelo samba e estamos animadíssimos com este desfile, vamos dar um show”, disse, animado, o presidente da escola, Jansen de Melo.
(Agência Brasília)
Foto: Marina Gadelha/Secec
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