Brasil
A cerimônia de abertura do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, nesta sexta-feira (22.11), no Cine Brasília, foi repleta de homenagens a personalidades que fizeram e fazem a história da cultura nacional. Em seguida, o público assistiu ao filme O traidor, dirigido pelo italiano Marco Bellocchio, escolhido para abrir a edição 2019 do Festival. Foi a primeira exibição da obra no Brasil, após estrear no 72º Festival de Cannes.
A cerimônia foi conduzida pela atriz brasiliense Maria Paula, que destacou a diversidade da programação do Festival de Brasília, com atividades em diferentes regiões do Distrito Federal. Ela ressaltou ainda que em 2019, “além das tradicionais Mostra Competitiva e Mostra Brasília, agora Mostra Brasília BRB de Cinema, contamos com as mostras paralelas Território Brasil, Vozes, Novos Realizadores, Guerrilha e exibições especiais de filmes fora de competição”.
O Secretário de Cultura do Distrito Federal, Adão Cândido, enfatizou o trabalho realizado para tornar realidade esta edição 2019, e apontou os caminhos para o futuro do mais tradicional festival de cinema do país. “Estamos trabalhando para manter viva a chama do cinema. O Festival do ano que vem está garantido, trouxemos mais de 18 canais compradores para atrair e demonstrar o que está sendo produzido nacionalmente”, afirmou, em relação à programação do Ambiente de Mercado.
O Ambiente de Mercado promove uma série de atividades voltadas tanto para a capacitação de jovens profissionais quanto para possibilitar o desenvolvimento de novos longas, curtas e séries. São painéis, workshops e rodadas de negócios com grandes nomes do setor, além de importantes discussões sobre políticas públicas do audiovisual.
Após o discurso de Adão Cândido, foi chamado ao palco o grande homenageado do 52º Festival de Brasília, o ator Stepan Nercessian. Ao receber a honraria das mãos do Secretário de Cultura, Nercessian destacou a importância do momento. “É muito inusitado Brasília homenagear um goiano. O cinema brasileiro é feito de candangos, ele é mais forte e resistente do que qualquer coisa. Ser homenageado nesse festival é muito mais forte. O Festival de Brasília foi construído por resistência. O cinema resistiu, resiste e hoje procura mostrar o rosto, a alma e os sonhos do povo brasileiro”, disse o ator.
Em seguida, Fernando Adolfo foi agraciado com a medalha Paulo Emílio Salles Gomes, entregue pelo Coordenador Geral do Festival, Pedro Lacerda. Criada pelo Festival de Brasília em 2016, a honraria reverencia os grandes nomes do cinema brasileiro.
Membro da Academia Brasileira de Cinema e integrante da equipe que criou a Primeira Semana do Cinema Brasileiro, hoje Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e coordenador-geral do evento por vários anos, o baiano Fernando Adolfo reverenciou o trabalho da personalidade que dá nome à medalha. “Agradeço pela medalha, dei a minha contribuição ao Festival. Paulo Emílio deixou esse legado às pessoas que até hoje pensam o cinema brasileiro”, afirmou.
Nesta edição 2019, também é celebrado o maestro Claudio Santoro, que faria 100 anos neste 23 de novembro. Para receber o Troféu Candango em homenagem ao compositor e educador, subiu ao palco sua esposa, Gisele Santoro. “Agradeço pela homenagem e agradeço ainda pela capacidade do Claudio Santoro de abraçar todas as artes. Obrigada por homenagearam Claudio Santoro”, afirmou Gisele Santoro.
Outra homenageada da noite foi Débora Diniz, cineasta que atualmente vive em exílio devido às ameaças de morte por seu trabalho em defesa da descriminalização do aborto. Ela recebeu, da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo – ABCV, o Prêmio ABCV para personalidades do audiovisual do DF que tenham se destacado em sua trajetória.
Em vídeo, Débora Diniz agradeceu a homenagem “principalmente pelo meu trabalho desenvolvido em direitos humanos, meu trabalho com as mulheres”.
A noite de abertura do Festival de Brasília também teve seu momento de reverenciar a memória e o legado de três importantes artistas brasileiros que morreram em 2019: o diretor Domingos Oliveira, o ator Andrade Júnior e o cineasta Fábio Barreto.
“É uma grande honra estar aqui hoje”
Depois das homenagens, a atriz Maria Fernanda Cândido subiu ao palco e discursou antes da exibição do longa O Traidor, estrelado por ela. “Este é um festival que forma público, que tem opinião, que pensa no cinema brasileiro. É uma grande honra estar aqui hoje”, afirmou Maria Fernanda.
Coprodução entre Itália e Brasil, além de Alemanha e França, O Traidor é dirigido por um dos grandes mestres do cinema contemporâneo, Marco Bellocchio, e coproduzido pela Gullane Filmes em associação com Telecine e Canal Brasil.
Aplaudido por 13 minutos em sua primeira exibição para o público no Festival de Cannes deste ano, O Traidor conta a história do mafioso Tommaso Buscetta (Favino), primeiro grande delator da Cosa Nostra e que foi extraditado duas vezes para o Brasil.
Conheça a programação completa do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro aqui: http://www.festivaldebrasilia.com.br/programacao
Matéria de Divulgação