O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou, nesta terça-feira, 17 de setembro, o cozinheiro Marinésio Olinto pelo assassinato da advogada Letícia Sousa Curado. A ação corre no Tribunal do Júri de Planaltina.
A advogada foi assassinada por Marinésio no último dia 26. Ela desapareceu após sair de casa para ir ao trabalho, na Esplanada dos Ministérios. Marinésio a pegou na parada de ônibus e depois a estrangulou. O corpo da funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC) foi achado dentro de manilha localizada às margens da DF-250, na mesma região.
Além de Letícia, o cozinheiro também confessou ter matado Genir Pereira de Sousa, 47. Desde que o caso envolvendo Letícia veio à tona, 17 mulheres ou familiares de desaparecidas procuraram a Polícia Civil do DF (PCDF) para denunciar Marinésio. A corporação ainda aguarda resultados de exames de DNA para saber se ele tem relação com pelo menos outros sete casos de estupros e assassinatos (veja lista abaixo).
Os testes estão sendo realizados a pedido de delegacias que investigam crimes possivelmente ligados ao cozinheiro. Além de material genético do próprio acusado, foram recolhidas amostras na Blazer prata que ele teria usado nos crimes.
No fim do mês de agosto, Marinésio foi reconhecido por uma garota de 17 anos e por uma dona de casa de 43. Elas contam terem sido abordadas em paradas de ônibus e estupradas. O reconhecimento facial foi feito no Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Parque da Cidade.
A lista de acusações contra Marinésio inclui crimes como assassinato, estupro e assédio sexual. Entre as semelhanças que o colocam como suspeito dos casos, está o modus operandiadotado por ele. Aos investigadores da PCDF, o maníaco revelou que tinha o hábito de pegar o carro nos dias de folga e circular pela cidade atrás de mulheres. Contou que costumava abordar as que estavam sozinhas em paradas de ônibus. Na versão dada aos policiais, ressaltou que oferecia carona para a rodoviária e, no trajeto, assediava as vítimas.
Confira os casos que aguardam resultados de exames de DNA:
1) Gisvania Pereira dos Santos Silva, 34 anos – Ela foi filmada pela última vez às 4h40 do dia 6 de outubro de 2018 por câmeras de segurança de um posto de gasolina em Sobradinho, região onde morava com os pais e a filha, de 15 anos. No vídeo, Gisvania estava acompanhada de um homem. Ele foi identificado à época, mas a polícia descartou a participação dele no sumiço da mulher, pois ela saiu sozinha do posto;
2) Adolescente de 17 anos – Jovem diz ter sido estuprada, abandonada e chamada de “lixo”. Ela também foi abordada pelo cozinheiro em parada de ônibus. Para que entrasse no carro, o maníaco a ameaçou de morte com uma faca. A vítima foi levada à região de pinheirais, no Paranoá, onde foi abusada pelo suspeito. A adolescente foi a primeira a denunciar que Marinésio usava carro diferente da Blazer prata apreendida;
RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
3) Moradora do Paranoá, de 43 anos – Segundo a vítima, que pediu para não ter o nome divulgado, ela chegou a tentar o suicídio duas vezes devido ao trauma causado pela violência sofrida: afirma ter sido estuprada e espancada. A vítima parou de trabalhar e fez acompanhamento psiquiátrico. Hoje, tem depressão e síndrome do pânico. O caso ocorreu em 2017. Naquele ano, Marinésio teria ameaçado a mulher de morte após ela tentar escapar do veículo do algoz. Aos investigadores, a vítima relatou que o maníaco estava em um carro vermelho;
ALLANE MORAES/ ESP. PARA O METRÓPOLES
4) Babá moradora da Fercal – Antonia Rosa Rodrigues Amaro está desaparecida há um ano e meio após ter se dirigido a uma parada de ônibus. Ela era babá em uma casa do Lago Sul. A Polícia Civil do DF acredita que o cozinheiro tenha envolvimento com o sumiço dela;
5) Marília de Lurdes Ferreira – Desaparecida em agosto de 2012, ela foi achada morta um mês depois, na linha férrea dos arredores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). De acordo com familiares, Marília desapareceu após deixar o local de trabalho em direção a uma parada de ônibus para pegar transporte até agência da Caixa Econômica Federal, mas nunca chegou ao destino. A família acredita que ela tenha sido sequestrada por um motorista de transporte pirata;
MATERIAL CEDIDO AO METRÓPOLES
6) Caroline Macêdo Santos – A adolescente de 15 anos foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio do ano passado. A jovem era amiga da filha de Marinésio dos Santos Olinto e morava a 800 metros da casa do cozinheiro, no Vale do Amanhecer. Caso foi reaberto após prisão do maníaco;
7) Fabiana Santa Alves, 27 anos – Trabalhava como garçonete em um estabelecimento na Estrutural e teria sido deixada pelo namorado dentro de um ônibus rumo ao Paranoá. Após o desaparecimento, em 2013, a família passou a desconfiar do rapaz, mas nunca teve retorno da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS), onde o inquérito segue em aberto.