• 19 de março de 2024

CASO VILLELA | Na próxima segunda-feira (23), tem início o julgamento de Adriana Villela, acusada de mandar matar os pais em 2009

Já se passaram 10 anos de um dos crimes que chocou a sociedade brasiliense, o assassinato do casal Villela e sua empregada na 113 sul. Na próxima segunda-feira (23), o Tribunal do Júri de Brasília dará início ao julgamento da arquiteta Adriana Villela, acusada de ter mandado matar seus pais, o ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela, além da empregada do casal, Francisca Nascimento Silva. Os três foram mortos a facadas no dia 28 de agosto de 2009.

O caso vem sendo tratado com cautela nos bastidores do judiciário da capital federal. Adriana Villela contratou gente de peso para atuar na sua defesa que tentou, a todo custo, suspender o julgamento de segunda-feira, mas não obteve êxito. A defesa da arquiteta teve o pedido negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Os advogados dela alegaram a falta de uma nova análise dos laudos das digitais na cena do crime.

Em 12 de setembro, o ministro Luís Roberto Barroso havia acatado parcialmente o pedido dos defensores da ré e determinado ao presidente do Tribunal do Júri que esclarecesse ao Conselho de Sentença que o laudo nº 15.000 foi subscrito por sete técnicos papiloscopistas que, de acordo com os advogados, não são considerados peritos oficiais, o que colocaria, na visão deles, o caso em xeque. Baseado nisso, o criminalista Antônio de Almeida Castro, o Kakay, defensor de Adriana, pediu que o julgamento ocorresse somente após realização de novo laudo papiloscópico.

Para os advogados, o julgamento no Tribunal do Júri foi marcado “mesmo diante da absoluta divergência entre os dois laudos e das conclusões apresentadas pelo Instituto de Criminalística, nas quais afirmou a completa fragilidade e incerteza das conclusões a que chegaram os peritos do Instituto de Identificação”.

O julgamento, de repercussão nacional, será conduzido pelo juiz titular da Vara do Tribunal do Júri de Brasília, Paulo Rogério Santos Giordano, e deve se estender ao longo de toda a semana. Durante os cinco dias, em que há previsão para o júri acontecer, serão enfrentadas todas as etapas do rito de julgamento popular, desde a escolha dos jurados -, em número de sete -, até a leitura da sentença, que será proferida pelo juiz presidente, ao final, com base nas respostas conferidas pelos cidadãos do povo ali representados.

A sessão de julgamento no Tribunal do Júri constitui um ato processual/judicial público, e portanto, aberta aos interessados, limitada ao número de assentos do plenário (224, no caso de Brasília). Na ocasião, será reservado espaço para os profissionais da imprensa, que deverão seguir expressamente as orientações repassadas pela Assessoria de Comunicação Social do TJDFT, quanto ao uso de aparelhos celulares e realização de imagens.

MPDFT reage

Ao tomar conhecimento da movimentação da defesa, o procurador de Justiça Leonardo Bessa entrou, na terça-feira (17), com requerimento pedindo o indeferimento de liminar. O agravo regimental impetrado pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) trouxe a alegação de que a defesa “busca, indevidamente, a rediscussão da matéria, em manifesto de intuito protelatório”.

Para o promotor Maurício Miranda, os advogados de Adriana levaram ao STF elementos que deveriam ser discutidos no Conselho de Sentença, ou seja: os próprios jurados que teriam de decidir se as provas devem ou não ser consideradas no Tribunal do Júri. “É lamentável, porque é um caso que se arrasta há 10 anos sem um desfecho. As provas que apresentamos são exames reconhecidos no mundo inteiro. Não há nenhum estudo científico desqualificando esse trabalho. Porém, infelizmente, nosso sistema jurídico permite o uso de expedientes que protelem o julgamento por tantos anos”, disse Maurício Miranda.

Julgamento histórico

Com o julgamento mantido para segunda-feira, cada lado (defesa e acusação) terá direito a 15 testemunhas. Elas prestarão depoimento diante de sete jurados, escolhidos entre os 25 previamente selecionados. O MPDFT levará ao Tribunal do Júri um papiloscopista para tentar derrubar a tese da defesa de Adriana.

Vida fora de Brasília

Apontada como mandante do crime, Adriana Villela aguarda julgamento em liberdade. A arquiteta recebia uma mesada de R$ 8 mil, mas considerava pouco, o que motivava discussões acaloradas com os pais.

Adriana é suspeita de ter contratado Leonardo para matar os pais por R$ 60 mil. Ele, por sua vez, teria prometido dar R$ 10 mil a Francisco para executar o crime.

Há quase nove anos ela mora no Leblon, no Rio de Janeiro, em um apartamento dos pais. A herança deixada pelos Villela, estimada em mais de R$ 40 milhões, foi dividida entre ela e um irmão.

Enquanto não é levada a júri popular, Adriana se define como alternativa. Nas redes sociais, costuma publicar fotos meditando em montes, pintando quadros, curtindo em cachoeiras ou produzindo utensílios com materiais recicláveis. No Facebook, apresenta-se como proprietária de uma marca chamada Atelier de Arquitetura e Reciclagem Verde Garrafa.

Apesar de passar pouco tempo em Brasília, optou por não vender uma mansão no Lago Sul que fica praticamente o ano todo fechada. Em Brasília, ela conta com a defesa de um dos criminalistas mais prestigiados do país, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Na sexta-feira (20), Adriana Villela divulgou uma nota e um vídeo por meio de uma empresa especializada em assessoria de imprensa. Confira:

Amigos queridos,

Alguns de vocês conhecem essa tragédia que se abateu sobre minha família e minha história de vida, há dez anos em Brasília. Para outros, ela será uma triste novidade que estou aqui, em minha cidade natal, para enfrentar e transformar, trazendo luz.

Cada um de vocês que sinta no coração o desejo de ajudar, pode se unir aos muitos amigos que têm enviado vídeos curtos (de até 30 segundos) e textos de apoio, que vamos postar nas redes sociais e no site que estamos colocando no ar.  Para facilitar o encaminhamento dessas generosas contribuições, criamos o e-mail:

[email protected]

Nosso objetivo é desfazer o engano produzido na opinião pública pela farsa oficial e midiática que foi construída pela polícia após a morte de meus pais e de Francisca, nossa amiga e funcionária de anos.

“A quem interessa incriminar Adriana Villela?”

Postem em suas redes sociais e nas minhas com as hashtags

#crimeda113sul

#justiçaparaAdriana

#AdrianaÉinocente

Espero que vocês apoiem nossa causa e convidem outros amigos para esse movimento por Justiça!

Muito obrigada,????????

Adriana Villela (Turyna)

✨????????????✨

Vídeo de Adriana Villela

Pelo visto, a semana será longa, cansativa e decisiva para Adriana. Vamos acompanhar.

Da Redação com informações do Metrópoles e site do TJDFT

Expressão Brasiliense

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