Paulo Guedes, o pianista de Bolsonaro
A performance de Paulo Guedes durante a reunião remota da comissão mista do Congresso que analisa a reforma tributária, na última quarta-feira (05), foi digna de um grande pianista. O Paulo Guedes de hoje está mais polido do que aquele que quando começou a lidar com os congressistas dava respostas ríspidas e buscava ser o mais técnico possível para não dar brechas.
O ministro elogiou sua equipe e fez graça com alguns parlamentares no intuito de cativá-los a apoiar a proposta do governo. Guedes até revelou que toca piano ao responder o relator da comissão, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que é músico e citou que a reforma tinha que tramitar como uma sinfonia. Em outras palavras, o recado de Aguinaldo é para que o governo lembre que toda música precisa de harmonia, o que aparentemente não está ocorrendo com as notas de uma canção denominada Reforma Tributária. Pelo visto, o pessoal não gostou do compasso do pianista Paulo Guedes.
Grandes fortunas, pequenos impostos
Ainda durante a reunião com o ministro, parlamentares levantaram a bandeira da tributação das grandes fortunas que correspondem a uma minoria que representa quase que 90% da população economicamente ativa. O problema que esses bilionários não vão querer deixar o Estado abocanhar parte de seu dinheiro. A ideia é excelente, mas na prática sabemos que não vai emplacar. Como se diz: existe uma diferença entre querer e poder.
Caciques do Centrão não querem Alcolumbre e Maia reeleitos
Nos corredores do Congresso está em curso uma movimentação para evitar que os atuais presidentes do Senado e Câmara, Davi Alcolumbre (AP) e Rodrigo Maia (RJ), respectivamente, sejam mantidos nos cargos. Os dois parlamentares do Democratas estão articulando para seguir no comando do parlamento federal. Ocorre que os outros partidos, principalmente, os do Centrão, não querem que Alcolumbre e Maia continuem no poder. A meta do Centrão é que parlamentares mais próximos dos caciques sejam eleitos especificamente para esses cargos e eles conduzam os trabalhos conforme os interesses do grupo e cada vez mais o governo se torne dependente da influência das legendas. É bom o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do Palácio do Planalto ficar atentos as mexidas do tabuleiro senão passarão por momentos difíceis.
Izalci em busca de apoio para o FNDCT
Se tem um parlamentar engajado em fazer com que o Brasil entre de vez para a era digital, esse se chama Izalci Lucas, do PSDB do DF. O senador é presidente da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação e está cooptando colegas para apoiar o PLP 135/2020, de sua autoria, que proíbe o contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), bem como o transforma em fundo financeiro. O intuito de Izalci é garantir que haja orçamento para a realização de pesquisas e incentivos para a ciência, tecnologia e inovação no Brasil. O senador já tem o apoio de ICTs e de instituições de peso como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Academia Brasileira de Ciência (ABC), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológicas e Inovação (Abipti), entre outras. O projeto está em discussão no Senado e Izalci Lucas já tem o apoio de muitos de seus colegas, basta apenas o aval do governo. O tucano vem trabalhando para aprovar seu projeto nesta semana.
O guru está chateado
Na sexta-feira (07), Olavo de Carvalho se manifestou no Twitter sobre a falta de tato do presidente para exterminar os comunistas brasileiros. Considerado por muitos como o mentor da família presidencial, Olavo tem disparado seus impropérios contra o próprio capitão. Veja abaixo o post do guru chateado.
Para Refletir
“A ignorância, a cobiça e a má fé também elegem seus representantes políticos”, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), poeta, cronista e contista brasileiro.