A sessão do Congresso da próxima terça-feira vai evidenciar quem é aliado do governo e quem não é
Os senadores e deputados foram convocados pelo presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM/AP), para na próxima terça-feira (1º), deliberar sobre alguns vetos do presidente Jair Bolsonaro, sendo que o Veto Parcial 52/2019, que inclui o chamado orçamento impositivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é o item mais polêmico da pauta. Se derrubado, o dispositivo jurídico estabelecerá o prazo de 90 dias para que o governo execute as emendas ao orçamento propostas pelos parlamentares. O orçamento impositivo permite que o destino de R$ 30 bilhões do orçamento da União deste ano seja definido a gosto dos congressistas. O governo tem trabalhado para que o veto seja mantido, mas as raposas do parlamento estão se movimentando para derrubá-lo. Ou seja, será a hora do governo Bolsonaro saber quem é quem no jogo do bicho. E como já sabemos que no Congresso Nacional do Brasil tem de tudo um pouco, principalmente, chantagistas e oportunistas, é hora de ficar com os olhos bem abertos.
Números do governo Bolsonaro já começam a preocupar seus opositores
O discurso recente do ministro Paulo Guedes de que este ano a economia brasileira vai conseguir dar uma guinada para cima preocupou a oposição. Se Guedes estiver certo, o presidente Jair Bolsonaro caminha para ser o candidato a ser vencido em 2022. Deve ser por isso que FHC e Lula saíram da toca nesses últimos dias. Os dois ex-presidentes sabem que se a economia do Brasil melhorar, será difícil tirar Bolsonaro do Planalto. Outro problema é que até o momento não há um nome forte para entrar na disputa. Os partidos ainda estão colhendo os cacos da eleição de 2018 e podem sofrer mais baixas com as municipais deste ano.
Comissão da Reforma Tributária deverá ser instalada na quarta-feira (04)
Às vésperas do feriado de carnaval, os parlamentares que vão integrar a comissão mista que analisa a reforma tributária posaram para as câmeras. Todo mundo quis aparecer bem na foto. No site do Congresso Nacional consta que, na próxima quarta-feira (04), será realizada a instalação da comissão. A presidência ficou sob o comando do senador tucano Roberto Rocha (PSDB-MA) e a relatoria com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Agora que vamos saber quem vai realmente trabalhar e que vai enrolar.
Políticos estão em alerta com o núcleo militar no Palácio do Planalto
Desde a chegada do general Braga Netto ao Palácio do Planalto, em fevereiro, os políticos passaram a considerar que a ala militar se firmou como núcleo duro do governo Bolsonaro. Nos corredores do Congresso, o assunto é tratado com muita cautela, pois os mais experientes já sabem que os militares são fortes estrategistas e fazem a leitura das movimentações políticas de maneira analítica e gostam de agir dentro da legalidade e racionalidade. A previsão é de que a relação entre o poder Executivo e o Legislativo passe a ser tratada de forma mais séria e sem a necessidade do toma lá dá cá.
Para Refletir
“Quando um homem assume uma função pública, deve considerar-se propriedade do público”, Thomas Jefferson (1743 – 1826), advogado e 3º presidente norte-americano, e é o principal autor da declaração de independência dos Estados Unidos, em 1776.
Por José Fernando Vilela