• 19 de fevereiro de 2025

O FINO DA POLÍTICA | Militância do PT-DF envelhece e sigla definha com a falta de novas lideranças

Militância do PT-DF envelhece e sigla definha com a falta de novas lideranças

Militância do PT-DF envelhece e sigla definha com a falta de novas lideranças
Foto: Divulgação/PT-DF

Apesar da euforia por ter completado 45 anos de fundação, o Partido dos Trabalhadores (PT), especialmente no Distrito Federal, atravessa uma crise existencial. Desde que a legenda perdeu o comando do Buriti, em 2014, o partido tem enfrentado dificuldades para atrair novas lideranças para seus quadros. Nesse cenário, a militância petista da capital federal envelheceu. Nos encontros e atos promovidos pela sigla, as mesmas caras de sempre estão presentes. Os ‘companheiros’ mais jovens, quando comparecem, são, em sua maioria, filhos de militantes veteranos. Muitos deles estão ali mais por obrigação do que por vontade própria. Além disso, esses ‘novinhos’ não têm interesse em disputar cargos eletivos, pois sabem que a direção do partido privilegia os mais antigos.

Atualmente, o PT tem uma deputada federal, Érika Kokay, que está em seu quarto mandato e foi distrital por duas vezes. Na CLDF, o partido tem três representantes: Chico Vigilante, fundador da legenda, que está em seu quinto mandato de distrital e já foi deputado federal duas vezes; e os outros dois distritais, Ricardo Vale e Gabriel Magno, que, apesar de serem considerados da nova geração, são vistos como herdeiros políticos de seus respectivos líderes, Paulo Tadeu e Arlete Sampaio. Em resumo, não há espaço nem oportunidade para novas lideranças. Ao longo dos anos, a prioridade da legenda tem sido preservar os espaços já conquistados. Com o tempo, os militantes mais antigos envelheceram e, agora, a sigla definha devido à falta de interesse dos jovens em disputar cargos pelo PT. Nos últimos pleitos, a maior parte dos recursos do partido foram direcionados aos detentores de mandato, para que tentem garantir mais quatro anos. Já os novos militantes ficam com as migalhas durante as campanhas, apenas para marcar presença nas urnas e ajudar no coeficiente eleitoral da ‘velha guarda’. Além disso, à medida que os militantes mais experientes conquistam cargos políticos bem remunerados nas administrações petistas, os mais jovens acabam ficando com as sobras, sendo indicados para funções com os salários mais baixos, mesmo tendo muita das vezes mais conhecimento e mais capacidade intelectual. Por isso, quando há manifestações do PT-DF, a plateia é composta majoritariamente por ‘companheiros e companheiras’ de cabelos brancos. Já não se ouvem mais os gritos dos jovens entre os petistas brasilienses. Os ‘novinhos’ não estão mais dispostos a bater bandeira nas ruas em troca de pão com mortadela e suco Tang.

Preferência por outras legendas de esquerda

Preferência por outras legendas de esquerda
Foto: Reprodução/Instagram

A falta de oportunidades para novas lideranças em partidos como o PT fez com que muitos ‘companheiros da esquerda’ buscassem outras siglas. No atual cenário da CLDF, o PSol e o PSB são representados por novas lideranças. Fábio Félix, do PSol, está em seu segundo mandato e foi o distrital mais votado nas urnas em 2022. O também psolista Max Maciel, com um discurso que lembra a militância petista dos anos 90 e 2000, foi eleito pela primeira vez, mostrando a força da juventude das ‘quebradas’. Ambos têm perfis políticos alinhados com o PT, mas fizeram a escolha estratégica de se candidatar por outras legendas. Já a pessebista Dayse Amarilio, que adota uma postura mais moderada, não teria espaço se optasse pelo PT. Certamente, não seria prioridade na hora da partilha dos recursos e não teria chances de ser eleita.

Cappelli promove ‘sambão’ cobrando bebida do povo e oferece jantar ‘0800’ para a elite da política

Cappelli promove ‘sambão’ cobrando bebida do povo e oferece jantar ‘0800’ para a elite da política
Foto: Reprodução/Instagram

A estratégia eleitoral do pré-candidato ao GDF e atual presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, do PSB, para comemorar seus 53 anos, revelou sua verdadeira face. O ex-interventor teve a ousadia de organizar um ‘sambão’ para o povo, no Clube do Choro, onde todos deveriam pagar pelas bebidas. No dia seguinte, o ‘doutor Cappelli’ ofereceu um jantar requintado a ‘0800’, numa mansão no Lago Sul, para a elite da política. Nos bastidores, muitos questionam quem bancou a estrutura das duas festas. O ‘sambão’ contou com palco, som, luz e artistas renomados do cenário musical brasiliense. A dúvida é: será que os músicos tocaram de graça ou receberam cachê? Já no jantar, o rega-bofe foi tudo à volonté. As autoridades encheram a pança. Curiosamente, poucos políticos compareceram ao ‘sambão’. Já o jantar para a elite contou com a presença de autoridades do governo federal, do judiciário e de lideranças políticas e parlamentares do DF e Maranhão e do partido de Capelli. Quem esteve no ‘sambão’ e tentou entrar no jantar ‘0800’ no dia seguinte foi barrado pela segurança, que alegava que apenas os convidados do ‘doutor Cappelli’ poderiam participar. As comemorações do ‘niver’ de Cappelli geraram polêmica, pois muitos que foram ao ‘sambão’ se irritaram ao saber que tiveram que pagar para exaltar um pré-candidato pão-duro. E pensar que o cara, dias antes, andava pelas ruas do Sol Nascente/Pôr do Sol posando de bom moço e salvador da pátria.

Rollemberg ignorado

Rollemberg ignorado
Foto: Reprodução/Google Imagens

Uma das presenças ilustres no ‘sambão’ de Cappelli foi o ex-governador Rodrigo Rollemberg. Ele fez questão de divulgar nas redes sociais que foi prestigiar seu correligionário. Rollemberg postou uma foto com Cappelli e alguns poucos que o cumprimentaram. Porém, a recíproca não aconteceu. Ricardo Cappelli, ao divulgar fotos dos dois eventos, não publicou nenhuma foto com Rollemberg. Segundo fontes da esquerda, Cappelli foi orientado a evitar a associação com o ex-governador, considerado um dos piores a governar o DF. Quem presenciou o encontro dos dois no ‘sambão’ contou que Rollemberg insistia em querer ficar abraçado com o anfitrião, mas este o ignorava. Será que, em 2026, a história se repetirá?

‘Tio Ibaneis’ libera transporte público de graça aos domingos e feriados

‘Tio Ibaneis’ libera transporte público de graça aos domingos e feriados
Foto: Reprodução/Facebook

O governador do DF, Ibaneis Rocha, recentemente divulgou nas redes sociais que gosta de ser chamado de ‘Tio Ibaneis’. O apelido ganhou popularidade após o anúncio de que ônibus e metrô do DF não cobrariam mais passagens aos domingos e feriados. A medida agradou tanto o povo quanto o comércio local, e deve impulsionar o turismo interno. A partir de 1º de março, a população poderá conhecer outras regiões da cidade sem custo algum. Se Brasília já teve seu ‘Papai Roriz’, agora é a vez do ‘Tio Ibaneis’. Brincadeiras à parte com apelido que o próprio Ibaneis se deu, o governador acertou em cheio com essa ação, que até mesmo a oposição elogiou.

Suposto laranjal do ‘Tatá’ queimou o filme para 2026

Suposto laranjal do ‘Tatá’ queimou o filme para 2026
Foto: Reprodução/Google Imagens

A operação da Polícia Federal realizada na semana passada contra o ex-distrital Carlos Tabanez e um grupo de empresas de serviços terceirizados movimentou os bastidores. De acordo com a PF, o grupo fraudou licitações do governo federal e o ex-parlamentar está sendo acusado de usar laranjas para não revelar a sua participação no suposto esquema criminoso. Tabanez tem a intenção de concorrer novamente a distrital em 2026 e seus concorrentes já o consideram um forte oponente diante do crescimento do seu nome no mercado das empresas de segurança e serviços gerais. A batida policial nas empresas do grupo ligado ao ex-distrital pode trazer grandes perdas no futuro. Tabanez divulgou nota negando seu envolvimento nas supostas fraudes. No entanto, o suposto laranjal do ‘Tatá’ (como é chamado pelos mais íntimos) queimou o filme do ex-policial civil antes da largada para as eleições de 2026. Agora, resta aguardar o desfecho das investigações para saber o que será o amanhã.

Mistério da semana 

Qual seria a Administração Regional que, recentemente, reforçou a segurança na sua portaria para conter a revolta dos moradores com a buraqueira nas vias da região? Um grupo de motoristas, indignados com os buracos nas ruas, foi até o órgão despejar rodas empenadas, pneus rasgados e parachoques destruídos, questionando quem iria arcar com os prejuízos. Após o episódio, a segurança foi reforçada, mas os buracos continuam. Mistério…

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na rádio Viva FM 101.3.  E apresenta o podcast Café Expressão, pela TV Expressão no YouTube, entrevistando autoridades políticas, parlamentares, dirigentes de entidades representativas, artistas, empresários, profissionais liberais, entre outros.

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