O retorno dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional nesta segunda-feira (1º/2) está carregado de suspense, principalmente, em relação a eleição do presidente da Câmara dos Deputados. O governo, sob a batuta do presidente Jair Bolsonaro, mais do que nunca precisa eleger o deputado Arthur Lira (PP-AL) para o lugar de Rodrigo Maia (DEM-AL). É uma questão de sobrevivência política.
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Nesses últimos dias, os articuladores do governo Bolsonaro entraram no circuito e conseguiram cooptar partidos e parlamentares que já estavam fechados com Baleia Rossi (MDB-SP), o candidato de Maia. Para isso, cargos foram negociados e recursos de emendas foram liberados para atender os recém-chegados a aliança.
Para o governo, na atual circunstância, é melhor ter um presidente da Câmara aliado do que ficar refém de chantagens, em especial, quanto a abertura de impeachment do presidente. Rodrigo Maia, inclusive, ameaçou aceitar a abertura do processo de impedimento nesta segunda. Mas, já sem força, desistiu.
Nesses dois primeiros anos de governo, Bolsonaro e sua equipe bateram cabeça além da conta e aprenderam que ter os partidos e líderes do Centrão por perto é a única saída para poder desfrutar da tal governabilidade, caso o contrário, as portas se fecham e não tem que abra. Só um líder do quilate de Arthur Lira tem a capacidade de virar a chave e fazer todos sentarem a mesa.
Portanto, mais vale um Arthur Lira na mão, do que um impeachment batendo na porta do Planalto. Nem que para isso, os discursos inflados de uma nova política prometida durante a campanha caiam por terra. O discurso político de hoje está aquém do prometido lá atrás. Mas, fazer o quê? A sorte deles é que nós, brasileiros, temos memória curta e nem vamos sequer lembra dessa aliança.