O encontro entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva há dias atrás está dando o que falar, principalmente, entre a militância petista e tucana.
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Os dois líderes são expoentes e estrelas de seus partidos. Há quem diga que um se espelha no outro desde os tempos em que marcharam juntos contra o regime militar nos anos 70 e 80.
A reunião promovida por um ex-ministro de ambos, o advogado Nelson Jobim, acontece após FHC ter afirmado que votaria em Lula se fosse preciso para derrotar Bolsonaro.
O ex-presidente tucano teve que vir a público explicar de que forma e em qual situação ele votaria no petista, pois seus correligionários não gostaram de sua declaração. Mesmo assim, aliados de FHC ligaram o alerta para essa aparente aproximação.
Já do lado petista, Lula e parte da cúpula do partido gostaram do alvoroço provocado pelo encontro. No entanto, a militância do PT sinaliza que uma possível aliança não será bem-vinda e não terá o apoio desejado.
Os mais entusiastas chegaram a cogitar uma chapa composta pelos dois, porém, a história e a trajetória política de ambos não permitem que se unam nesse sentido.
No mundo político, líderes de outras legendas se manifestaram sobre o encontro. A grande maioria viu com bons olhos a conversa entre FHC e Lula.
Já o presidente Bolsonaro (sem partido) demonstrou que ficou incomodado com o encontro e atacou seus opositores.
Sem citar nomes, o presidente chegou a dizer que para o ano que vem já tinha uma chapa composta por um “ladrão” e um “vagabundo”.
Se uma simples reunião causou toda essa confusão, imagina se eles realmente estivessem juntos em 2022?
Como a repercussão do encontro não agradou as militâncias, é praticamente impossível que Lula e FHC subam no mesmo palanque no ano vem.
Porém, se o tucano declarar “isoladamente” seu apoio ao petista, muitos o acompanharão e ele ajudará a eleger o histórico adversário.
Esse encontro nos faz lembrar a frase do político mineiro Magalhães Pinto que dizia que “política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.
Ou seja, ainda tem muita coisa para acontecer até o início da campanha de 2022. Até lá, só nos resta acompanhar.
Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert