Candidatos e partidos do DF já se movimentam nos bastidores para compor a melhor nominata para as eleições proporcionais de 2022
Como estamos em contagem regressiva para as eleições de 2022, os pretensos candidatos a deputado federal e distrital no Distrito Federal já estão se movimentando e se articulando para escolher o partido que ofereça as melhores condições para se eleger ao tão almejado posto de parlamentar.
Esses dois cargos são escolhidos pelo sistema eleitoral proporcional, que foi estabelecido no Brasil em 1932.
Nesse tipo de sistema, os votos não são computados como no majoritário, no qual quem obtiver mais votos vence. No proporcional, é necessário que o partido atinja o quociente eleitoral por meio de todos os seus candidatos e depois entra a regra do mais votado.
É por isso que siglas partidárias dão tanta importância a esses cargos e estão na captura dos melhores nomes para compor a sua nominata. As movimentações e articulações de bastidores estão acontecendo a todo vapor.
Novas regras
As recentes mudanças na legislação eleitoral mexeram com o sistema de distribuição das sobras dos votos para os cargos de representatividade proporcional. Já para a eleição de 2022 apenas candidatos que obtiverem 20% dos votos mínimos do quociente eleitoral e os partidos que obtiverem o mínimo de 80% desse quociente vão poder disputar às sobras. Portanto, o partido e os candidatos que não cumprirem esses requisitos vão ficar chupando dedo.
Somente os grandes
Para muitos observadores da política, somente os ‘partidos grandes’ vão conseguir eleger seus candidatos com essa nova regra de distribuição de sobras. Em 2022, os partidos terão o desafio de cumprir a cláusula de barreira e ao mesmo tempo eleger o máximo de parlamentares que conseguirem para garantir mais recursos e melhorar as suas condições de disputa perante as demais agremiações partidárias nas próximas eleições. Traduzindo, só quem já é ‘grande’ poderá chegar lá.
Fugindo dos ‘nanicos’
Diante das mudanças, os partidos chamados de ‘nanicos’ terão dificuldades tanto para compor suas nominatas, bem como para eleger seus candidatos. Com isso, o que tem de candidato fugindo dos partidos de “aluguel”, como também são chamadas essas siglas. Para quem caiu no conto dos “especialistas em nominatas”, ainda dá tempo de correr para outro.
Guerra de titãs na Câmara
A disputa pelas oito vagas da bancada do DF na Câmara dos Deputados em 2022 promete ser uma das mais acirradas. Entre os atuais parlamentares, já se sabe que tem gente de olho em cargo majoritário, o que faz com que outros políticos despertem o interesse em concorrer. A expectativa para o próximo ano é que dos oito deputados da bancada brasiliense vão ficar quatro e as demais vagas serão preenchidas por novatos ou políticos que não se elegeram em 2018.
Bancada feminina deve diminuir
Na eleição passada, o DF elegeu a maior bancada de parlamentares mulheres de sua história. Já para 2022, tem muita gente apostando que esse quantitativo vá diminuir e os homens voltem a ser maioria.
Renovação (ou decepção) na CLDF
Já para a Câmara Legislativa, as previsões são de que a renovação seja alta apenas para os marinheiros de primeira viagem. Pesquisas e sondagens recentes realizadas junto ao eleitorado brasiliense apontam que os tais novatos que tanto pregaram novas ações e uma atuação mais consistente decepcionaram geral. Ou seja, em 2022, a galeria dos distritais de “um mandato só” vai ganhar novos nomes.
Sem coragem para enfrentar ibaneis
Na última edição da Sala de Imprensa da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – realizada na segunda, dia 25 de outubro, a deputada federal e presidente do Progressistas-DF, Celina Leão, afirmou veementemente que tem pré-candidato ao GDF que na “hora H” não vai ter coragem de encarar o atual governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, nas urnas no próximo ano.
Muitas obras
Uma das razões apresentadas por Celina Leão é que “agora o DF tem um governador”. Durante a entrevista a deputada fez comparações do governo Ibaneis com dos seus dois antecessores, Agnelo e Rollemberg, e destacou que a gestão do emedebista está dando um show de planejamento e capacidade de execução que só foram vistos por estas bandas nos tempos de Roriz.
De que lado está PO?
A solenidade de filiação do atual presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco, ao PSD no Memorial JK, em Brasília, foi muito bem prestigiada. Aqui no DF, o PSD é comandado pelo empresário Paulo Octávio, que já foi vice-governador e senador, que tem sinalizado que quer voltar a ocupar um cargo político após anos afastados do cenário. PO tem participado de eventos do governador Ibaneis e tem ganhado destaque durante suas aparições junto ao emedebista.
No entanto, o ato político para comemorar a chegada de Pacheco ao seu PSD levantou suspeitas quanto as suas intenções para 2022. Os comentários durante o evento é que o partido comandado por PO está abarrotado de “arrudistas”, o que fez acender o alerta em muitos aliados do governador Ibaneis. Alguns chegaram até a pergunta no salão: – Afinal, de que lado está o PO?
Fim das festas da OAB/DF
O candidato da chapa InovOAB que disputa a presidência da OAB-DF, Guilherme Campelo, disse durante debate promovido pela Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe) que só o fato de acabar com as festas faraônicas que são realizadas pela atual gestão vai permitir reduzir a taxa de anuidade em 50%. Campelo citou que só em 2019 foram gastos mais de meio milhão de reais em festas e viagens.
Bem cotado
As eleições da OAB/DF estão marcadas para o próximo dia 21 e os dois grupos que se alternaram no comando da entidade nos últimos tempos podem sair de cena. Guilherme Campelo é um dos mais cotados para sentar na cadeira diante do compromisso que assumiu perante a classe, em especial, os advogados que estão iniciando na carreira. Já os demais concorrentes, não tem muito a oferecer, pois são mais do mesmo.
* José Fernando Vilela é editor-chefe e colunista deste portal. A coluna O Fino da Política é publicada todos os domingos.