Com quase todo o seu secretariado já definido, o governador eleito do DF, Ibaneis Rocha(MDB) deverá se debruçar sobre como fará a escolha dos administradores regionais das cidades. Como optou por formar sua equipe de primeiro escalão com nomes vindos de fora do DF, o comando das regiões administrativas é a única moeda de troca que lhe restou para sentar com políticos locais.
Nos bastidores, considera-se que a movimentação de Ibaneis em prestigiar nomes conhecidos a nível nacional seja o primeiro passo dele em direção a uma possível candidatura à presidência da República em 2022. Entretanto, esse seu projeto pode ir por água abaixo se não conseguir governar, ainda mais se não tiver o apoio da Câmara Legislativa.
Desde quando a Câmara Legislativa foi instalada em 1991, todo governador teve que ter uma relação muito próxima junto aos distritais. Convidar um deputado distrital para ser secretário de Estado ou administrador regional era uma honra. Com o tempo, parlamentares perceberam que era melhor indicar alguém e ficar na CLDF negociando mais cargos ou outras benesses.
Com a promessa de que fará diferente em seu governo, Ibaneis deverá submeter aos políticos locais a possível indicações dos nomes para o comando das administrações. Os postulantes que saíram na frente criando enquetes virtuais, dançaram. Na verdade, os nomes postos sobre a mesa, se queimaram. A tal da lista tríplice, com toda certeza, foi para o espaço, pois sem o apoio da CLDF, Ibaneis não terá êxito. Portanto, as movimentações já começaram.
Quanto a fazer diferente, Ibaneis realmente o fez. Negociou primeiro com os grandes caciques da política nacional oferecendo o primeiro escalão e deixou para os políticos locais o que restou. Tomara que ele saiba o que está fazendo, pois, o GDF vem de duas gestões ineficientes e decepcionantes, e a população não suportará mais uma.
Por José Fernando Vilela
Foto: Google Imagens