Um relatório do governo federal alerta para um possível acordo entre as duas maiores facções criminosas do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC),de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, que pode agravar o tráfico de drogas na região amazônica e aumentar a pressão sobre as forças de segurança.
Os detalhes desse possível pacto foram revelados em um documento elaborado pela Secretaria de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski.
“A unificação dos advogados do PCC e do CV vem sendo articulada por integrantes do alto escalão das duas facções e teria como objetivo fortalecer os grupos criminosos para, principalmente, pleitear demandas dos chefes presos no sistema penitenciário federal”, afirma o relatório do MJSP.
A trégua, que teria sido assinada pelos chefes das duas organizações, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola (PCC), e Marcinho VP (CV), ambos detidos em presídios de segurança máxima, pode fortalecer as rotas de tráfico de cocaína provenientes de Colômbia, Bolívia e Peru, que atravessam a região amazônica.
“Estamos bastante preocupados. Compreendemos que uma aliança entre essas organizações criminosas, que, inclusive, já deveriam ter sido classificadas como terroristas, certamente terá reflexos negativos para a população no curto prazo”, declarou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Marcus Vinícius Oliveira de Almeida.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há mais de 20 anos, a trégua entre as duas maiores facções já está em vigor nas principais capitais. “No Rio de Janeiro e em São Paulo já houve essa trégua. A união das duas maiores organizações criminosas do país pode levar a um incremento no tráfico internacional de cocaína, no tráfico de armas para o Brasil. É um compartilhamento de rotas e, sobretudo, fortalecimento ainda maior dessas organizações criminosas”.
De acordo com o documento, os presos estão buscando modificar a lei que regula os benefícios dos presos. O código informa que o individuo deve ser monitorado por câmara, terem saídas diárias para banho de sol por apenas 2 horas diárias. Só são permitidas visitas de suas pessoas por semana, mas sem direito a contato físico. Além disso, o preso não deve ter acesso à rádio, TV, a livros, jornais e revistas, e muito menos celular ou internet.
Diante o desejo de mudar a lei, os presos estão reunindo assinaturas para pleitear outros benefícios. “Dados apontariam que integrantes do PCC já estariam reunindo assinaturas de pessoas em condições de votar para subsidiar um suposto ‘abaixo-assinado’ em que os signatários pleiteariam a flexibilização da lei para permitir o retorno de visitação com contato físico no sistema prisional federal”.
O principal diálogo apontado pelo relatório foi entre chefe do PCC, Marco Willians Camacho, o Marcola, que perguntou ao seu advogado: “Eles vão fazer então um abaixo-assinado com 1 milhão e 600 mil assinaturas?”
Com informações do Terra e Ansa-Brasil
Foto: Reprodução/Google Imagens
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