• 29 de março de 2024

Imigrantes venezuelanos começam a se adaptar à nova vida em Brasília

O cheiro do café nas proximidades das pequenas casas mantidas pela organização Aldeias Infantis SOS, em Brasília, já dá sinais de que as 12 famílias de venezuelanos que desembarcaram na tarde de ontem (24) na capital começam a se adaptar a uma nova vida. “A diferença é enorme do lugar em que estávamos. Lá eram barracos e aqui temos quatro paredes. A família toda está feliz”, confirma a venezuelana Rosimar Yanet Marin, ao lado do marido Gimelson Jose Corsega.

A família, que ainda inclui duas crianças – Cesar e Aaron – estava em um dos alojamentos em Boa Vista, Roraima, desde que chegaram ao Brasil. O pai, veio primeiro, em novembro do ano passado. A mulher chegou um mês depois, com o filho pequeno, mas voltou para Venezuela para buscar o enteado que só chegou ao país em maio. “Meu sonho agora é trabalhar de forma honesta e ver meus filhos na escola”, disse ela.

Desde ontem, os venezuelanos recebidos em Brasília –  que, pela primeira vez participou do programa de reintegração desses migrantes – passaram a ocupar as casas do abrigo. No grupo, estão 27 adultos, três adolescentes de 14 a 15 anos, 13 crianças com idades entre 3 e 11 anos, além de sete bebês de até dois anos de idade.

Levantamento

Sérgio Marques, sub-gestor nacional da Aldeias Infantis SOS, explicou que a organização está levantando informações sobre a formação profissional e habilidades dos adultos para encaminhá-los ao mercado de trabalho, além de identificar a escolarização das crianças para inseri-las em escolas da rede pública imediatamente.

A dificuldade neste levantamento, segundo ele, é a falta de documentos comprobatórios que garantiriam a validade de diplomas e, no caso dos menores, o nível escolar. A previsão é que todo esse trabalho produza frutos para as famílias em até seis meses. Por enquanto, o custo médio mensal pela manutenção, em condições mínimas, de cada um dos venezuelanos é de R$ 700, bancados pelo Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Cada casa é composta por quatro quartos, dois banheiros, uma sala de estar e outra de jantar, além de cozinha e área de serviço.

“Vamos desenvolver um plano de ação para cada família e cada uma terá seu tempo próprio para se ajustar”, explicou Marques. No caso das crianças, além da vaga nas escolas, será garantido um reforço escolar e aulas de português. Para os adultos, a preocupação maior é assegurar que estejam formalizados. “O objetivo é fiscalizar para sempre estarem dentro da formalidade. E, mesmo que sejam trabalhos temporários, exigir a emissão de uma nota fiscal pelo pagamento de diárias”, completou.

Nova oportunidade

Aberto a todas as possibilidades, o patriarca da família, Gimelson, fez um apelo para ajudas vindas de qualquer pessoa e disse estar disposto a arregaçar as mangas para dar nova oportunidade a sua família. Na Venezuela, ele trabalhou como motorista de uma petroleira ligada a estatal PDVSA. Aqui no Brasil, enquanto aguardava a chegada de seus parentes, já teve oportunidade de variados trabalhos, como o de pintor.

“Somos uma família e precisamos seguir adiante. Eu deixei a Venezuela e vim para o Brasil pela situação que está meu país. Estou buscando uma salvação para minha família”, completou.

Ter Brasília como destino foi a primeira chance que surgiu. ACNUR, que levanta as vagas disponíveis por abrigos espalhados em todo o país e mapeia o perfil de pessoas que podem ser alojadas nestes espaços, anunciou a possibilidade a 131 venezuelanos que ontem foram encaminhados para quatro cidades. Além de Brasília, migrantes também foram transportados para Cuiabá, São Paulo e Rio de Janeiro.

Matéria da Agência Brasil

Foto: Divulgação/Agência Brasil

Expressão Brasiliense

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