• 28 de março de 2024

Gritos, vaias, nervosismo e gafes marcaram o debate do Metrópoles

O primeiro debate entre os pré-candidatos ao governo do DF promovido pelo portal Metrópoles, na noite de segunda-feira (09), no auditório do Parlamundi, ficou marcado pelos gritos e vaias da plateia ocupada, em sua maioria, por defensores dos postulantes. O nervosismo entre os pré-candidatos também ficou evidente deixando a impressão de que as equipes de campanha precisam trabalhar mais. O debate em si foi bom, mas nenhum dos concorrentes ao Buriti pode dizer que foi o melhor.

Outro ponto importante é que nenhum deles deixou claro quais são seus projetos e propostas para o DF. A maioria das críticas foram direcionadas ao atual governador. Todos pré-candidatos falaram mais para as suas equipes e aliados do que para os eleitores. Se o eleitor do DF tiver o mesmo sentimento que o de Tocantins e os concorrentes ao cargo de governador não mudarem a sua postura, é provável que muitos não compareçam às urnas ou votem em branco ou nulo.

O Expressão Brasiliense acompanhou o debate a convite do Metrópoles. Confira o resumo do desempenho de cada candidato e as impressões que tivemos.

Alexandre Guerra (NOVO)

O jovem pré-candidato pelo Partido Novo fez questão de colar à sua imagem ao da empresa de sua família, a rede Giraffas, destacando que o sucesso da gestão de suas lanchonetes lhe dá créditos para governar o DF. Porém, não deixou claro a forma como pretende governar, caso se eleja. Se declarou ser antipolítico, atacou a Câmara Legislativa e disse que governará sem o apoio dos parlamentares e sem fazer acordos. Alexandre fez um discurso ensaiado, mas pouco convincente. Cometeu a gafe de dizer que era preciso transferir as áreas de criminalidade e elogiou o ex-governador Arruda.

Eliana Pedrosa (PROS)

A ex-distrital adotou uma postura de representante feminina e da família. Atacou Rollemberg pela falta de diálogo com a população. Mas, não se saiu bem ao ser questionada sobre os negócios da família. A família de Eliana é proprietária de uma empresa de vigilância e serviços gerais, a Dinâmica. Eliana disse que a empresa não participará mais de licitações, mas que não via como problema as empresas de políticos atuarem de forma legal no governo.

Fátima Sousa (PSOL)

A enfermeira deixou que seu lado esquerdista falasse mais alto e a impressão que ficou é de que seu partido nada mais é do que a extensão do PT. Enfatizou que sua chapa será encabeçada por duas mulheres e saiu em defesa dos negros. Alfinetou Frejat ao dizer que ele acabou com o programa Saúde em Casa e acusou os distritais de fazerem negociatas.

Izalci Lucas (PSDB)

O deputado federal falou de sua trajetória antes de se tornar político. Estreante em debates, Izalci adotou uma postura muito técnica. Questionado sobre os imbróglios jurídicos de seu partido, o tucano afirmou que os problemas foram resolvidos. Adotou o discurso de que Brasília está abandonada e precisa ser resgatada. Defendeu a criação de polos de desenvolvimento nas cidades e apoiar o empreendedorismo.

Jofran Frejat (PR)

Apesar da experiência política, o médico não disse ao que veio. Frejat aparentou certo cansaço. Foi atacado por Fátima Sousa. Faz questão de afirmar que toda a rede de saúde do DF foi idealizada por ele e que sempre era chamado para salvar a saúde. Entretanto, não deixou claro quais são suas propostas para o DF. Frejat disse à Rollemberg que ele precisa ouvir a população e que pode fazer alguma coisa no restante do tempo que tem para governar. O médico se saiu mal ao falar sobre o que achava sobre os direitos LGBT.

Paulo Chagas (PRP)

O general da reserva ainda carrega com ele o militarismo. Estreante na política, Paulo Chagas enfatizou a forma de se trabalhar num quartel. A sua postura de “comandante” falou mais alto que a de servidão que ele quis passar. Pediu para repetir uma pergunta sobre cargos comissionados direcionada a ele por não ter entendido o questionamento. O general protagonizou um dos momentos mais marcantes do debate ao ser questionado sobre a violência policial contra os negros. Paulo Chagas respondeu afirmando que a população de negros também é a que mais mata. Chagas foi vaiado e chamado de racista, fascista e machista.

Rodrigo Rollemberg (PSB)

Vaiado logo na abertura do debate, o atual governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) foi muito criticado pela sua gestão. Rollemberg adotou uma postura de defesa do seu governo sempre enumerando os seus feitos. O governador ainda faz questão de bater na tecla que o DF estava falido quando ele assumiu. Rollemberg disse que a situação do DF é melhor do que muitos estados brasileiros. Demonstrou certo nervosismo e descontrole emocional ao responder algumas perguntas. A plateia por diversos momentos não o deixava falar, demonstrando total insatisfação quanto a sua gestão.

Em síntese, o debate foi proveitoso e serviu para medir o que teremos pela frente. A jornalista Lilian Tahan teve uma postura muito cortês e elegante em todos os momentos do evento. O portal Metrópoles informou que o PDT e o PRTB pediram para participar do debate, mas a organização entendeu que estava muito em cima da hora para eles participarem.

Espera-se que nos próximos debates, os pré-candidatos revejam as suas estratégias e apresentem de fato propostas e políticas de estado que tragam melhorias para o DF. Outra coisa que precisa ser revista, é a forma de convencimento junto ao eleitor para que ele sinta vontade de ir votar ou que não desperdice seu voto e que não falem para a plateia repleta de aliados e simpatizantes.

Da Redação

Foto: Divulgação/Metrópoles

Expressão Brasiliense

Read Previous

É preciso melhorar o debate político – Por Izalci Lucas

Read Next

O Brasil precisa de projetos e propostas e não de torcida – Por José Fernando Vilela